quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Aprendendo a perdoar







Perdoar alivia, diminui o sofrimento e melhora a qualidade de vida. Perdoar é caminhar através da dor.


É aprender a conviver com o imperfeito e aceitar o outro como ele é: um ser humano e não divino, alguém que pode pisar na bola. Pode não cumprir o que se espera dele. Para perdoar é fundamental enxergar o outro como um todo. É preciso separar o erro que foi cometido daquilo que é maior naquela pessoa. Ele cometeu um erro, não é o erro. A capacidade de perdoar não é um talento nato, é uma coisa que você irá desenvolver ao longo da vida. Quanto mais madura a pessoa é, mais capacidade ela tem de perdoar. As pessoas amadurecidas toleram mais, entendem mais o que é um relacionamento, o que pode esperar da outra pessoa. Quem nunca perdoa com certeza está sofrendo. Deve ter uma série de situações do passado que não conseguiu resolver. Com o tempo, foi ficando dura, inflexível. É preciso se exercitar para manter a capacidade de perdoar. O perdão é importante faça o bem-estar mental, sim. O Perdão tem a ver com qualidade de vida, com estabilidade emocional. Tem gente que não perdoa e continua remoendo a situação por muito tempo, mesmo quando o outro já mudou de vida, ou nem está mais aqui. Essas pessoas colocam no outro a culpa por toda a sua infelicidade. Isso ocorre muito: a pessoa cria um algoz, um sequestrador, alguém que é a causa do seu sofrimento. Se conseguir perdoar sai do cativeiro. Existem passos para chegar ao perdão. Um dos exercícios mais importantes é se colocar no lugar do outro. No caso de uma traição por exemplo, a mulher pode tentar se colocar no lugar do homem e ver o que aconteceu, pela perspectiva dele. Pode ser que tenha sido um deslize, um impulso, uma outra necessidade que lhe foi suprir. O que aconteceu pode ter a ver com a história anterior dele com outras relações amorosas, com desejos inconscientes, coisas que às vezes nem o outro entende. Outra coisa importante nesse exercício é perceber como o outro está te vendo. Com certeza você está se sentindo traída, mas é possível que ele também esteja. Entender isso pode ajudar no processo. Às vezes a pessoa não perdoa porque, quando olha o outro, só enxerga dor. Esse é o problema. Se tudo que ela enxerga no outro é dor, é porque a dor é dela. A atitude do outro pode ter reavivado essa dor, mas o sentimento sempre esteve ali. Existem várias pessoas que puderam perdoar porque localizaram a origem daquela mágoa. Daí entenderam como essa dor chegou e se instalou com tanta força. Não, não é necessário perdoar sempre. As religiões defendem isso. Mas existe também um compromisso com a vida. A autopreservação é o mais importante. Quem perdoa o tempo todo, sem parar, pode provocar um estado de humilhação prejudicial à sua auto-estima. Antes de mais nada, qualquer pessoa tem que se respeitar como ser humano. Existem coisas impordoáveis, e elas são diferentes para cada pessoa. É preciso respeitar esses limites. O perdão pode ser só interno ou precisa ser colocado para fora. Existem situações em que é preciso externar o perdão. Se você não diz que perdoou, o outro pode continuar se sentindo culpado, e fica difícil retasbelecer um vínculo. Em outras ocasiões quando não existe chance de reconciliação, o perdão não precisa ser externado. Na hora que perdoa, sente um alívio que tem a ver com ela, não com o outro. É como se tomasse um banho. E aí pode tocar a sua vida de um jeito melhor.

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